João Morgado, escritor covilhanense e presidente da Casa do Brasil e Terras de Cabral, com sede em Belmonte, Portugal, apresentou a sua candidatura à Câmara Municipal da Covilhã. O evento decorreu num dos auditórios da Banda da Covilhã e contou com público reduzido, em virtude da pandemia de Covid-19. Transmitida via Internet, a apresentação ocontou com todos os procedimentos sanitários orientados pelas autoridades competentes.
“Hoje, estamos aqui para apresentar uma candidatura com uma real vontade de mudar o rumo do concelho. Uma candidatura cívica que apresentará gente nova, uma renovação das caras políticas numa verdadeira cultura de real compromisso com as pessoas e a pensar nas novas gerações. Gente que foi chamada para dar corpo a este projeto, não por estar enfileirada nos partidos, mas por ter dado provas credíveis na sua vida de trabalho”, explicou João Morgado, que será apoiado pelo Partido da Terra, pelo Partido Popular Monárquico e pelo partido Aliança.
“filho desta terra”
João Morgado sublinhou ser “um filho de um casal de operários têxteis que me criaram com muito amor e dedicação e sou também, filho desta terra, deste concelho. Aqui estudei, no Liceu e na UBI. Aqui trabalhei. Entre outras coisas, fui operário têxtil, jornalista, empresário, formador. Aqui escrevi os livros que me projetaram em Portugal e que, com orgulho, vejo agora com edições no estrangeiro, levando o meu nome, mas também o nome da Covilhã. Aqui constituí a minha família. É aqui que continuo a trabalhar em prol da cidade e da região, dando o meu contributo em Associações como a RUDE, a Mutualista Covilhanense, a Casa do Brasil e Terras de Cabral, a Câmara de Comércio da Região das Beiras. (…) Chegou o tempo de percebermos que votar nos mesmos de sempre nos vai levar aos mesmos resultados de sempre”.
“Temos uma indústria, uma montanha – que é um grande destino turístico, uma universidade prestigiada, um hospital universitário, uma localização privilegiada. Falta-nos um poder político com uma visão de futuro, uma estratégia, uma liderança. É preciso atrair investidores que precisem de licenciados, de doutores e engenheiros, atraindo empresas que precisem de mão-de-obra qualificada e bem-paga, criando assim um complexo industrial multifacetado e forte e tudo isto irá dinamizar todos os outros sectores, o imobiliário, o comércio, a restauração, as economias socias e as indústrias culturais – que são tão importantes. O objetivo para os próximos quatro anos será criar uma estrutura empresarial que promova cinco mil empregos. A Câmara municipal, comigo terá uma “via verde” entre o presidente e os investidores, pois os investidores são prioritários”, definiu João Morgado, que mencionou ainda ser “urgente uma agenda estratégica comum na Cova da Beira” e que, caso seja eleito, uma das primeiras metas será “reduzir a fatura da água em 35%”, além de implementar a figura de um “vereador com o pelouro da UBI”.
João Morgado apresentou Carlos Pinto, ex-autarca da Covilhã, como o mandatário da sua campanha e revelou que o advogado Fernando Pinheiro será o líder da lista para a Assembleia Municipal. Por sua vez, António Rebordão foi apresentado como Provedor do Idoso.
João Morgado é conhecido da comunidade luso-brasileira pelas ações realizadas no Brasil para promover e captar investimentos para a região da Cova da Beira, no Centro de Portugal. No Rio de Janeiro, este escritor foi alvo de uma homenagem da Casa do Minho do Rio de Janeiro, foi recebido pela diplomacia portuguesa local, conversou com o responsável pelo imponente Real Gabinete Português de Leitura, lançou alguns dos seus livros em Nova Friburgo, com o apoio da Câmara Municipal local, e foi brindado com o fado da fadista portuguesa Maria Alcina, radicada no Brasil há mais de 60 anos. Em São Paulo, foi distinguido com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Cívico e Cultural, oficializada pela República Federativa do Brasil, pelo seu trabalho de investigação sobre Pedro Álvares Cabral. Recebeu ainda o Troféu “Cristo Redentor” pelo seu trabalho em prol da cultura luso-brasileira, entregue pela Academia de Letras e Artes de Paranapuã – Rio de Janeiro.
Perfil dinâmico
João Morgado nasceu em 1965, em Aldeia do Carvalho, na Covilhã. É poeta e romancista, doutorando em Ciências da Comunicação na Universidade da Beira Interior, onde se licenciou, tem um mestrado em Estudos Europeus na Universidade de Salamanca, Espanha, e uma pós-graduação em Marketing Político pela Universidade Independente / Universidade de Madrid.
É membro do Centro de Investigação Professor Doutor Joaquim Veríssimo Serrão. Na literatura, afirmou-se com dois romances: «Diário dos Infiéis» e «Diário dos Imperfeitos». Estas duas obras foram adaptadas ao teatro pela ASTA – Associação de Teatro e outras Artes.
Na sua incursão pelo romance histórico, lançou a ‘Trilogia dos navegantes’: «VERA CRUZ» (2015) sobre a vida desconhecida de Pedro Álvares Cabral, «ÍNDIAS» (2016), um polémico romance biográfico de Vasco da Gama «FERNÃO DE MAGALHÃES E A AVE-DO-PARAÍSO» (2019), sobre a volta ao mundo do navegador. Tem ainda um romance sobre a vida de Camões e os Lusíadas – «O LIVRO DO IMPÉRIO» (2018).
De regresso aos romances intimistas, acaba de lançar «LIVRAI-ME DO MAL», em que aborda o cancro da mama e as suas consequências na vida de um casal.
É detentor do Prémio Literário Vergílio Ferreira 2012, Prémio Literário Alçada Baptista 2014, Prémio Nacional de Literatura LIONS 2015, Prémio Literário Fundação Dr. Luís Rainha Correntes d’Escritas 2015, Prémio Literário Ferreira de Castro 2019, Prémio de Poesia Manuel Neto dos Santos 2015 e Prémio Literário António Serrano 2016.