Tiago Petinga / Lusa
Ricardo Salgado, ex-presidente do BES
A conclusão do inquérito ao caso Espírito Santo foi novamente adiada. Depois de terem planeado apresentá-la no final deste ano ou no início do próximo, os procuradores esperam concluir a investigação à falência do BES durante o primeiro semestre do próximo ano.
Assim, segundo avança o jornal Público, a equipa titular do processo não vai proferir qualquer despacho, de acusação ou arquivamento, dentro do tempo previsto.
Não é a primeira vez que os prazos da investigação do caso BES derrapam. Da última vez que decidiram adiar a conclusão do inquérito, em julho, o Ministério Público disse estar ainda a aguardar pelo envio das cartas rogatórias da Suíça. A falta de cooperação das autoridades suíças mantém-se.
O Público refere ainda a magnitude do processo, aliada à escassez de meios disponíveis aos investigadores como razões para a falta de celeridade.
Em declarações ao Público, o primeiro-ministro questionou por que razão ainda ninguém foi julgado no caso BES. “Como é que é possível ainda ninguém ter sido julgado no caso BES e o senhor [Bernard] Madoff ter sido condenado em pouco tempo? Foi condenado em pouco tempo, porque fez um acordo de sentença. E isso é muito importante para a credibilidade do sistema, sobretudo em áreas em que o processo de investigação é necessariamente moroso porque é muito complexo”, disse António Costa.
O caso BES tem 41 arguidos. Em causa estão as condições que determinaram a resolução do BES, em agosto de 2014, a insolvência da Espírito Santo Internacional, da Rioforte, da ES Control, da ESFIL e da Espírito Santo Financial Group, no Luxemburgo, bem como da liquidação do Banque Privée Espírito Santo, na Suíça, a liquidação do ES Bank of Panama, no Panamá, e o ES Bankers Dubai, nos Emiratos Árabes Unidos.