Em resposta à decisão dos Estados Unidos de elevar para 145% as tarifas sobre produtos chineses, o governo de Pequim anunciou nesta sexta-feira (11) o aumento para 125% das taxas sobre importações norte-americanas, intensificando a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. O Ministério das Relações Exteriores da China emitiu um comunicado contundente, afirmando que o país “jamais” se curvará a pressões externas e exigindo que os EUA abandonem o que classificou como “práticas destrutivas e imprevisíveis” no comércio internacional.
A retórica acirrada de Pequim reflete a crescente tensão nas relações bilaterais, com a China adotando uma postura cada vez mais assertiva diante das medidas protecionistas de Washington. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês destacou que “a história já demonstrou a ineficácia de táticas unilaterais contra a China”, em referência às sucessivas tentativas norte-americanas de reequilibrar a balança comercial entre os dois países.
Analistas observam que o timing dessa nova escalada é particularmente delicado, ocorrendo em um momento em que ambas as nações enfrentam desafios econômicos internos, incluindo pressões inflacionárias e a necessidade de estimular o crescimento pós-pandemia. Os setores mais afetados pelas tarifas incluem tecnologia, produtos agrícolas e manufaturados, com impactos que podem se estender às cadeias globais de suprimentos.
Enquanto os EUA mantêm sua política de “America First”, a China busca se posicionar como defensora do multilateralismo comercial, aproveitando a oportunidade para fortalecer alianças com outros parceiros econômicos. O impasse atual não apenas prolonga uma disputa que já se arrasta por anos, como também levanta preocupações sobre seus efeitos na frágil recuperação da economia global, com organismos internacionais alertando para os riscos de uma nova desaceleração caso o conflito comercial se intensifique ainda mais.
O tom das declarações chinesas sugere pouca disposição para concessões, indicando que Pequim está preparado para resistir às pressões comerciais norte-americanas enquanto busca alternativas para minimizar o impacto em sua própria economia. A situação mantém o mercado internacional em alerta, à espera dos próximos capítulos dessa complexa disputa geoeconômica.