O antigo administrador do Banco Espírito Santo (BES) José Maria Ricciardi revelou que pretende criar um banco novo para “resgatar” o nome da sua família.
“Vou lutar com toda a força para resgatar o nome da minha família”, disse o antigo administrador do BES, que no mês passado foi ilibado de quaisquer crimes cometidos no quadro do processo ao universo Espírito Santo (GES e BES), em entrevista à SIC Notícias.
“Vou tentar erguer um banco novo, será um banco pequeno já muito virado para a digitalização, serviços. Não vou ter tempo físico para fazer dele, de uma forma sustentada e transparente, um grande banco. Vou tentar para que as gerações vindouras possam fazê-lo crescer de forma sustentada e transparência”, continuou.
Na mesma entrevista, recordou que dos “150 anos de história na família foram destruídos em 10 ou 15”, dizendo pretender criar um banco “português”, uma vez que à exceção da Caixa Geral de Depósitos (CGD), todos os bancos em Portugal têm acionistas estrangeiros.
Quanto ao processo do universo Espírito Santo, em que foi recentemente ilibado e arrolado como testemunha pelo Ministério Público, Ricciardi “não aceita” críticas.
No seio do grupo Espírito Santo, continuou, foi “o único que apontou que já havia indícios graves”, em 2014, situação que lhe valeu “discriminação”.
O Ministério Público acusou em meados de julho 18 pessoas e sete empresas de vários crimes económico-financeiros no processo sobre o Banco Espírito Santo (BES) e o Grupo Espírito Santo (GES), em que a figura central é o ex-banqueiro Ricardo Salgado.
Segundo uma nota da Procuradoria Geral da República (PGR), Ricardo Salgado foi acusado de 65 crimes, incluindo associação criminosa, corrupção ativa no setor privado, burla qualificada, branqueamento de capitais e fraude fiscal, no processo BES/GES.
Em causa nesta investigação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) “está um valor superior a onze mil e oitocentos milhões de euros“, em consequência dos crimes imputados, e prejuízos causados.
Além de Ricardo Salgado são também arguidos neste processo, entre outros, Amílcar Morais Pires e Isabel Almeida, antigos administradores do BES.