Filarmonia (Re)visitada é a nova etapa do Festival Inventa cuja programação teve início em maio e após um pequeno interregno retomou as actividades no presente mês de novembro. O concerto inaugural decorreu no Auditório Municipal de Resende, no passado dia 6, e a prossecução do programa deu-se num homónimo local de acolhimento, embora noutro concelho, desta feita no Auditório Municipal de Cinfães, no pretérito dia 13. A itinerância dos músicos que constituem esta ‘banda filarmónica’, a Filarmonia (Re)visitada, vai levá-los até Paços de Ferreira, ao Auditório da Biblioteca Municipal Professor Vieira Dinis, para novo concerto, já no próximo sábado, dia 20 de novembro (decorre às 21h30).
Este episódio da Filarmonia (Re)visitada integrado, por assim dizer, numa narrativa mais vasta que é o Projeto Inventa, resulta de desafio que se traduziu numa seleção de músicos emergentes do território a partir das associações e bandas filarmónicas regionais e locais, afinal as estruturas onde uma parte substancial dos jovens desperta para o fenómeno musical no nosso país.
Os 28 músicos do Douro, Tâmega e Sousa foram selecionados para esta nova etapa, a da Filarmonia (Re)visitada, e estão a aproveitar a oportunidade de se afirmarem em cinco palcos distintos (de novembro de 2021 a fevereiro de 2022), num labor dirigido pelo maestro Francisco Ferreira.
Como complemento essencial à filosofia subjacente ao conceito desta ação em concreto visada pela Filarmonia (Re)visitada, pode sublinhar-se que: “O contexto dramatúrgico concorre com os objetivos de exploração da história do território intervencionado, potenciando abordagens contemporâneas e inusitadas ao repertório habitualmente interpretado pelas bandas filarmónicas”. A este desígnio da organização junta-se a convicção de que a ação em causa pode constituir “um claro projeto de capacitação e potenciador do legado através da mediação cultural”.
Após o concerto em Paços de Ferreira, a Filarmonia (Re)vistada iniciará ‘um pequeno período sabático’, retomando os trabalhos melódicos em fevereiro com um concerto já anunciado para o Auditório Municipal de Lousada, que recebe a iniciativa a 12 de fevereiro (sábado) às 21h30; por fim, a 19 de fevereiro a Casa do Xiné – Centro Cultural, em Quintandona, Lagares, Penafiel, acolherá o concerto de encerramento da Filarmonia (Re)visitada à mesma hora dos concertos precedentes.
Na calha da programação do Inventa está também um Ciclo de Órgão de Tubos, que arrancará em dezembro, tendo como participantes alguns reputados instrumentistas como o francês Olivier Latry ou o português João Vaz, que será acompanhado por Tiago Simas Freire, um especialista em corneta histórica e flautista de créditos firmados.
O cardápio programático do Inventa não descura as ações inclusivas. Por isso, janeiro será o mês de apresentação do projeto Música em Comunidade, com recurso à Orquestra Energia de Amarante – um coletivo musical formado por alunos do Agrupamento de Escolas Amadeo de Souza-Cardoso, com direção artística do CCA – Centro Cultural de Amarante, cuja tónica, o mote, é a integração de crianças e jovens oriundos de contextos sociais e económicos vulneráveis, dando-lhes acesso a formação musical e incentivando o sucesso académico, combatendo o abandono escolar e despertando os participantes para a construção dos seus projetos de vida.
O festival Inventa contempla ainda em 2022: um Ciclo de Circo Contemporâneo no Património, a decorrer em março, um Ciclo de Performance Visual Musicada, em abril, e ainda um Projeto Comunitário Intermunicipal, em maio.
Convém relembrar antes de mais, até para se perceber o alcance, que o Inventa se desenvolve numa área geográfica correspondente a 14 municípios, potenciando o desenvolvimento de uma rede de programação ampla, dispersa e inclusiva, num território com uma população de aproximadamente 543.000 habitantes que inclui os seguintes concelhos: Amarante, Baião, Cabeceiras de Basto, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Cinfães, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Mondim de Basto, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel e Resende. O Inventa é um projeto promovido no âmbito da operação Cultura em Rede – Tâmega e Sousa, sendo cofinanciado pelo NORTE 2020, Portugal 2020 e União Europeia, através do FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.