Para o cérebro humano, o isolamento social pode ser tão duro como a fome, revela um novo estudo levado a cabo por cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) em Cambridge, nos Estados Unidos.
A equipa de especialistas estudou como é que o desejo de contacto social é representado no cérebro e descobriu que, após dez horas de solidão, o cérebro humano responde à falta de contacto social da mesma forma que face a um jejum.
De acordo com os especialistas, que publicaram os resultados da investigação na revista científica especializa Nature Neuroscience, a necessidade de contacto social e comida ativa a mesma zona cerebral, a substância negra, que pertence aos gânglios da base, considerado o núcleo do sistema sistema de motivação humano.
Para chegar a esta conclusão, os cientistas reuniram um grupo diversificado de adultos com idades compreendidas entre os 18 e os 40 anos. Os participantes passaram, num dia, 10 horas isolados num laboratório sem contacto social e os seus cérebros foram depois analisados enquanto olhavam para imagens das suas atividades sociais favoritas.
Num outro dia, o mesmo grupo de voluntários ficou em jejum durante um dia inteiro e depois, quando concluíram o período de tempo pedido pela equipa, os seus cérebros foram submetidos a ressonâncias enquanto observavam fotografias do seus pratos favoritos.
“Descobrimos que esta área do cérebro respondeu de forma semelhante após o jejum e após o isolamento: quando as pessoas estavam isoladas, a substância negra demonstrou atividade aumentada em resposta a imagens de outras pessoas (e não de comida), mas quando estavam em jejum, mostravam maior atividade em resposta a imagens de alimentos (e não a imagens sociais)”, explicou ao jornal espanhol ABC Livia Tomova, do Departamento de Ciências do Cérebro e Cognitivas do MIT.
“Os nossos resultados apoiam a hipótese de que a fome, um das necessidades humanas mais básicas, e a solidão são representadas de formas muito semelhantes no nosso cérebro. Isto sugere que a conexão social também pode ser uma necessidade humana básica”, concluiu a especialista do MIT, citada pelo mesmo jornal.