O ornitorrinco acaba de entrar para o clube muito exclusivo de mamíferos biofluorescentes. Sob luz ultravioleta, este animal apresenta um brilho verde.
Sob uma lâmpada ultravioleta, o ornitorrinco parece ainda mais peculiar, já que apresenta brilho de um tom azul-esverdeado suave em vez do castanho típico que estamos habituados a ver. Os detalhes da descoberta foram publicados na Mammalia no dia 15 de outubro.
A biofluorescência e a bioluminescência são características comuns em fungos, peixes, répteis e anfíbios, mas são muito pouco habituais entre os mamíferos. De acordo com o Science Alert, além dos ornitorrincos, só os gambás e os esquilos voadores possuem esta peculiaridade.
A equipa de cientistas estudou três espécies de ornitorrincos preservados: um feminino e um masculino do Museu de História Natural de Chicago e um masculino do Museu Estadual da Universidade de Nebraska, ambos nos Estados Unidos.
À luz visível, a pele dos três exemplares era tipicamente castanha, mas quando colocados sob luz ultravioleta, os animais pareciam verdes ou azuis.
Os investigadores explicam que o revestimento do ornitorrinco absorve raios UV em comprimentos de onda de 200 a 400 nanómetros, emitindo depois luz visível de 500 a 600 nanómetros, o que o torna fluorescente.
Esta espécie de monotremados é geralmente mais ativa durante o período noturno. Este pormenor torna-se importante nesta investigação já que significa que os animais poderiam ter desenvolvido a sua biofluorescência para se adaptarem a condições de baixa luminosidade.
A amostra analisada neste estudo é muito pequena, pelo que os cientistas aconselham alguma cautela na interpretação dos resultados. Ainda assim, estão certos de que a fluorescência observada não se deve ao facto de as espécies analisadas serem espécies de museu.