ESO
Uma equipa internacional de cientistas sugere, num novo estudo, que a expansão acelerada do Universo pode ser causada por uma substância misteriosa chamada quintessência.
Os cientistas acreditam que a expansão do Universo está relacionada com a presença de matéria escura no nosso Universo, uma constante que permite o crescimento infinito do Espaço de forma acelerada. Agora, um novo estudo pode alterar de forma significativa esta teoria e surpreender a comunidade científica.
De acordo com o Futurism, uma equipa internacional de cientistas descobriu evidências da “quintessência“, um quinto elemento responsável pela expansão do Universo, mas também pela sua possível diminuição em determinada fase.
Ao contrário da matéria escura, a quintessência não é uma constante cosmológica, uma vez que possui uma densidade que pode abrandar ao longo do tempo. Isto significa que a ideia de que o Universo continua a crescer de forma ininterrupta poderia ser refutada.
No entanto, neste cenário, apareceria uma outra possibilidade preocupante: a determinado o momento, o Espaço poderia começar a diminuir de tamanho e nós acabaríamos como uma “lata de refrigerante amassada”. “Estamos de volta a uma situação em que não temos ideia de como o Universo vai acabar”, disse Sean Carroll, físico do Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena.
Uma equipa de cientistas do High Energy Accelerator Research Organization (KEK), no Japão, e do Instituto Max Planck, na Alemanha, observou mapas do Fundo Cósmico de Microondas (CMB), que possui a radiação eletromagnética que sobrou dos primeiros estágios do Universo, de modo a provar a existência da quintessência.
Os especialistas procuraram assinaturas específicas de luz, com a esperança de que estes sinais mostrassem campos elétricos de luz polarizada a “balançar” de maneira direcionada, em vez de irem para qualquer direção – e foi exatamente o que encontraram.
No fundo, a luz residual sofre uma “torção” conforme viaja pelo Universo. Por sua vez, a polarização da luz só pode ser explicada pelo meio no qual as ondas viajam – ou seja, a quintessência, ou o quinto elemento.
Os resultados ainda são preliminares, mas foi o mais perto que qualquer cientista conseguiu chegar de ressuscitar o “éter” desde a publicação da Teoria da Relatividade Geral, em 1905.
De acordo com a Nature, se esta teoria for confirmada por investigações futuras, pode ter consequências drásticas para a compreensão do Universo. Se a energia escura fosse, de facto, quintessência, a expansão poderia realmente desacelerar e eventualmente desaparecer completamente.