A infeção provocada pelo novo coronavírus detetado na China passa a ter o nome oficial de “Covid-19”, decidiu esta terça-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS) no primeiro de dois dias de reunião entre cerca de 300 peritos internacionais.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu usar um nome que seja pronunciável e que não remeta para uma localização geográfica específica, um animal ou grupo de pessoas para evitar estigmatizações, segundo informou em conferência de imprensa o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
O nome – Covid-19 – nasce do acrónimo em inglês da expressão “doença por corona vírus” (‘corona virus disease’).
Cientistas, investigadores e peritos de saúde pública estão a partir desta terça-feira em Genebra, na Suíça, num fórum de dois dias para debater formas de controlar e lidar com o surto do novo coronavírus detetado na China.
A reunião, que junta investigadores, peritos e responsáveis de saúde, foi convocada pela OMS, pretende coordenar os esforços para encontrar respostas para a nova epidemia.
“Aproveitar o poder da ciência é fundamental para controlar este surto. Há respostas de que precisamos e ferramentas que temos de desenvolver o mais rapidamente possível. A OMS está a desempenhar um papel de coordenação, reunindo a comunidade científica para identificar prioridades de pesquisa e acelerar o progresso”, afirmou o diretor-geral da OMS, numa declaração escrita.
Na reunião, que decorre entre esta terça e quarta-feira, os participantes vão discutir vários temas, como a identificação da fonte do vírus ou a partilha de amostras biológicas e sequências genéticas.
O novo coronavírus detetado na China já provocou mais de 43 mil infetados e mais de mil mortos, sendo que apenas uma das vítimas mortais ocorreu fora da China, nas Filipinas.
Investigadores começam a testar vacina em ratos
Uma equipa de investigadores britânicos anunciou estar a testar em ratos uma vacina contra o novo coronavírus – Covid-19 – e espera tê-la pronta até ao final do ano.
“Acabámos de injetar em ratos a vacina que gerámos a partir de bactérias e esperamos, nas próximas semanas, poder determinar qual a reação nos ratos, no seu sangue, a sua resposta em termos de anticorpos contra o coronavírus”, confirmou um dos investigadores à agência France-Presse (AFP).
Os investigadores do Imperial College, em Londres, acreditam estar entre os primeiros a avançar com ensaios clínicos em animais, numa altura em que a comunidade científica está empenhada em encontrar uma vacina eficaz, já que as atuais não protegem contra o novo coronavírus, que tem agora o nome oficial Covid-19.
O desenvolvimento de uma nova vacina é um processo demorado, que se pode prolongar por vários anos até que a vacina se prove segura e eficaz.
Em declarações à agência francesa, Paul McKay afirmou que a sua equipa espera ser a primeira a realizar ensaios clínicos em humanos e a disponibilizar a vacina contra a nova epidemia, acrescentando que a investigação partiu do trabalho desenvolvido para o coronavírus da Síndrome Respiratória Aguda (SARS).
“Quando a primeira fase de ensaios terminar, o que pode demorar alguns meses, poderemos testar imediatamente a eficácia da vacina em humanos, o que também levará alguns meses”, explicou o investigador, sublinhando que o objetivo é ter uma vacina viável até ao final do ano.
Numa entrevista ao canal britânico Sky News em 5 de fevereiro, o diretor da investigação, Robin Shattock, admitiu que a possível vacina não serviria para combater o atual surto, mas poderá ser importante se houver outro no futuro.
Vários cientistas da China, Estados Unidos, Austrália e Europa trabalham a contrarrelógio, em colaboração, para encontrar um fármaco que combata o novo coronavírus, detetado em dezembro de 2019 em Wuhan, capital da província chinesa de Hubei (centro), e que já causou 1.018 mortos. Segundo a agência chinesa Xinhua, uma universidade de Xangai também lançou testes em ratos no domingo.
À AFP, Paul McKay reconheceu que o trabalho dos vários países traduz um esforço conjunto da comunidade científica numa “corrida colaborativa” para encontrar a nova vacina, sublinhando que “os chineses, assim que sequenciaram o genoma, partilharam-no livremente com todo o mundo”.