Marcelo Camargo / ABr
Se o cocktail de hidrocarbonetos, anticongelantes e centenas de outros compostos químicos o fazem gostar do cheiro a combustível, saiba que há uma explicação científica para isso.
A inalação de gases não é recomendada, mas há pessoas que gostam de sentir o cheiro de combustível quando a oportunidade se atravessa no dia-a-dia: para essas pessoas, pôr gasolina no automóvel pode não ser um incómodo assim tão grande. E, segundo a Ciência, está tudo relacionado com a nostalgia.
Num artigo assinado na Discover, Carl Engelking começa por explicar que a gasolina tem um cheiro muito característico devido à presença de benzeno, um composto que aumenta os níveis de octanagem e melhora a eficiência de combustível.
Mesmo quando está presente em pequenas quantidades, o benzeno não escapa ao olfato humano e existe até um precedente para considerar este cheiro um odor agradável: nos anos 1800, o benzeno era um ingrediente muito presente em produtos de higiene feminina.
Os nervos que detetam as moléculas do odor estão intimamente ligados à amígdala do cérebro (que processa a resposta emocional) e ao hipocampo (que trata da formação da memória). Isto significa que os odores fazem os seres humanos reagir a um nível emocional.
É muito provavelmente este mecanismo que o odor a gasolina desperta em algumas pessoas: provavelmente, o cérebro associa o cheiro às viagens de automóvel que, em criança, essa pessoa fazia com os pais. Além disso, ao contrário de outros cheiros, o benzeno tem um efeito inibidor no sistema nervoso.
Se gosta do cheiro a gasolina saiba que, enquanto abastece o seu automóvel, é inundado por uma onda de nostalgia. No entanto, esta não deve tornar-se uma prática regular: inalar solventes pode causar problemas desagradáveis, como necrose tubular, demência e problemas de equilíbrio.