Um novo estudo identificou nove raças de cães que são mais propensas a sofrer uma insolação devido às altas temperaturas. Raças puras são mais afetadas do que raças cruzadas.
À medida que as temperaturas começam a aumentar, pode ser tentador levar o cão para uma longa caminhada ou correr para aproveitar o bom tempo. Mas é importante ter cuidado, uma vez que os cães podem facilmente ser alvos de uma insolação em temperaturas altas.
No entanto, alguns cães correm maior risco de insolação do que outros. Um novo estudo publicado esta quinta-feira na revista Scientific Reports identificou quais raças de cães têm maior probabilidade de sofrer uma insolação.
Os investigadores descobriram que nove raças, em particular, tinham um risco significativamente maior de insolação em comparação com os labradores:
- Chow-chow (17 vezes mais)
- Bulldog (14 vezes mais)
- Bulldog francês (seis vezes mais)
- Dogue-de-bordéus (cinco vezes mais)
- Galgo inglês (quatro vezes mais)
- Cavalier King Charles Spaniel (três vezes mais)
- Pug (três vezes mais)
- English Springer Spaniel (três vezes mais)
- Golden retriever (três vezes mais)
Cães de raça pura mostraram ter o dobro do risco em comparação com raças cruzadas. O labrador retriever tem um risco semelhante ao das raças cruzadas, daí ter sido usado como modelo para as comparações.
A maioria das raças com maior risco de insolação é braquicefálica, ou seja, têm o focinho achatado. De facto, os cães braquicefálicos mostraram ter duas vezes mais hipóteses de sofrer insolação do que os cães com um focinho normal (como os labradores). Os cães braquicefálicos são mais propensos a sobreaquecer, porque muitas vezes já têm dificuldades para respirar, mesmo em repouso. Ofegar é essencial para eles, já os cães não podem suar como os seres humanos.
Os chow-chow e os golden retrievers também têm um risco aumentado de insolação por causa da sua pelagem grossa, que atua como isolamento, prendendo o ar quente e limitando a perda de calor quando o cão sobreaquece. Cães pesados também mostraram ter um risco aumentado de insolação. É importante realçar que esse grupo inclui cães obesos e cães grandes ou musculosos.
Cães com idade superior a dois anos também estão em maior risco, com cães idosos (acima de 12 anos) a terem a maior probabilidade de sofrer insolação. Isto acontece porque cães mais jovens podem ser mais ativos, enquanto cães mais velhos, com função cardiovascular e respiratória reduzida, podem ter dificuldade para perder o excesso de calor com a mesma eficiência.
O estudo incluiu mais de 900.000 cães no Reino Unido e usou registos veterinários anónimos. Em 2016, a taxa de mortalidade para casos de insolação no Reino Unido foi de 14%, o que significa que um em cada sete cães com insolação morreu devido a esta condição médica.
O número de cães que sofreu insolação foi relativamente baixo, apenas 0,04% da população (ou um em cada 2.500 cães). No entanto, este estudo utilizou dados de 2016 e os recordes de temperatura foram quebrados desde então. Prevê-se que a intensidade e a frequência das ondas de calor aumentem no futuro.