As explosões de água quente e vapor, alimentadas pela atividade geotérmica do supervulcão Yellowstone, surgem com tanta pontualidade que podem até ser previstas, uma característica que lhe valeu a alcunha de Relógio da Eternidade. Mas o géiser Old Faithful nem sempre foi assim tão fiel.
Há 800 anos, o géiser Old Faithful, o mais famoso do Parque Nacional de Yellowstone, parou de entrar em erupção durante décadas devido a uma forte seca que afetou aquela área.
De acordo com o Russia Today, o géiser do parque norte-americano era conhecido pelos seus jatos de água quente com dezenas de metros de altura, que eram projetados em intervalos regulares de cerca de 90 minutos.
Agora, um novo estudo sugere que o aquecimento global pode colocá-lo “em espera” outra vez. As descobertas foram publicadas no dia 7 de outubro na Geophysical Research Letters.
Recentemente, um grupo de geólogos descobriu madeira petrificada no monte Old Faithful. Como as árvores não sobrevivem às rajadas de água alcalina lançadas pelo géiser, a descoberta sugere que as erupções regulares pararam, provavelmente no final da chamada Anomalia Climática Medieval, uma época em que muitas partes do mundo passaram por logos períodos de clima quente e seco.
“Sabemos que Yellowstone era mais quente e seco. A linha superior das árvores era mais alta nas encostas e há evidências de mais incêndios durante este período”, explicou Cathy Whitlock, paleoclimatologista da Universidade Estadual de Montana, nos EUA. “Os fluxos também foram mais pequenos e as secas extremas na região duraram décadas.”
“Encontramos copas de raízes no topo do monte, o que significa que quando as árvores cresceram, o monte Old Faithful tinha quase a mesma estrutura que tem atualmente”, acrescentou o hidrólogo Shaul Hurwitz.
Os resultados da investigação sugerem que, devido às mudanças climáticas e às secas cada vez mais constantes no oeste dos Estados Unidos, o Old Faithful poderia entrar em erupção com menos frequência no futuro – ou até parar completamente.
“Os modelos climáticos projetam secas cada vez mais severas e grandes incêndios em meados do século, que irão levar a uma grande transformação dos ecossistemas de Yellowstone”, rematou a equipa.