Através da modelagem climática, uma equipa de cientistas da Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos, apontou que tipo de planetas têm maior probabilidade de serem habitáveis. A descoberta pode ajudar os astrónomos a selecionar áreas específica no Universo para procurar vida.
Existem milhares de planetas para lá do Sistema Solar (exoplanetas), mas é extremamente difícil saber quais são as condições destes mundos.
“Existem muitas estrelas e planetas, o que significa que existem muitos objetivos (…) O nosso estudo pode ajudar a limitar o número de locais para os quais os telescópios apontam”, explicou o autor principal da investigação, Daniel Horton, em comunicado.
Para reduzir o número de alvos, os autores começara por combinar modelagem climática em 3D com fotoquímica e química atmosférica, para explorar a habitabilidades dos planetas em torno de estrelas anãs vermelhas do tipo M.
Estas estrelas são fracas e frias quando comparadas com o Sol, mas são as mais comuns, representando cerca de 70% de todas as estrelas da Via Láctea.
As simulações revelaram que os planetas que orbitam em torno de estrelas ativas – ou seja, em torno daquelas que emitem muita radiação ultravioleta – são vulneráveis a perderem quantidades significativas de água devido à vaporização.
Por outro lado, exoplanetas que orbitam estrelas inativas ou “silenciosas” têm maior probabilidade de manter água no estado líquido, um dos pressupostos que se acredita ser necessário para sustentar vida noutros mundos.
A equipa também observou que os planetas com camadas finas de ozono não podem sustentar vida, mesmo que a temperatura superficial seja ideia, uma vez que grandes quantidades de radiação ultravioleta acabam por penetrar o planeta.
Os autores do estudo acreditam que estes dados podem ajudar os astrónomos a limitar os locais onde poderá existir vida no Universo. O Telescópio Hubble, da NASA, é capaz de detetar vapor de água e ozono em exoplanetas, mas precisa de saber onde vasculhar.
“Estamos sozinhos? Esta é uma das maiores perguntas sem resposta (…) Se pudermos prever quais os planetas que têm maior probabilidade de abrigar vida, estaremos muito mais próximos de responder a esta pergunta durante as nossas vidas”, disse o co-autor do estudo Howard Chen, citado na mesma nota de imprensa.
Os resultados da investigação foram esta semana publicados na revista científica especializada Astrophysical Journal.