(dr) National Geographic
Um esqueleto encontrado num cemitério Viking em Solør, na Noruega, tinha sido identificado como sendo de uma mulher há vários anos, mas os especialistas não tinham a certeza se tinha sido verdadeiramente uma guerreira.
Agora, a reconstrução da sua face mutilada parece confirmar o seu estatuto. Ao jornal britânico The Guardian, Ella Al-Shamahi, arqueóloga, explicou que que esta última parte só estava em disputa “porque a ocupante era uma mulher” – apesar do seu local de enterro estar preenchido com um arsenal de armas que incluía flechas, espada, escudo, lança e um machado.
Cientistas britânicos assumem que o aparente ferimento na cabeça no seu crânio tenha tido origem numa espada, embora ainda não se saiba se essa foi a causa da morte da mulher. O exame aos seus restos mortais mostrou sinais de cura, o que pode indicar que essa lesão era muito mais antiga.
No entanto, a reconstrução facial 3D trouxe o seu rosto completo de lacerações brutais de volta à vida depois de mais de mil anos. Al-Shamahi acredita que esta é “a primeira evidência já encontrada de uma mulher viking com um ferimento de batalha“.
Para Al-Shamahi, olhar para a reconstrução da mulher, cujos restos mortais estão agora preservados no Museu de História Cultural de Oslo, foi uma vitória científica.
Caroline Erin, que trabalhou na reconstrução na Universidade de Dundee, no Centro de Anatomia e Identificação Humana, deixou claro que os resultados não são perfeitos. O processo começou por adicionar tecido muscular e depois estratificar a pele. “A reconstrução resultante nunca é 100% precisa, mas é suficiente para gerar reconhecimento de alguém que os conhecia bem na vida real”, explicou.
“Estou tão empolgada porque este rosto não era visto há mil anos”, disse Al-Shamahi. “De repente, tornou-se realmente real”, disse, acrescentando que o túmulo estava “completamente cheio de armas”. Segundo o Ancient Origins, muitos guerreiros vikings acreditavam que as armas poderiam ser usadas na vida após a morte.
Para o especialista em Vikings e consultor arqueológico do projeto, Neil Price, estas últimas descobertas são apenas o começo. Price acredita que as mulheres desempenharam um papel substancial na guerra viking.
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Al-Shamahi deverá apresentar um próximo documentário da National Geographic sobre a conquista.
Esta evidência contraria a ideia de que as mulheres Viking não eram guerreiras. Mas, de acordo com o All That’s Interesting, não é a primeira vez que esse conceito é contrariado, uma vez que, em 2017, um teste de ADN confirmou que um esqueleto Viking enterrado com armas e cavalos na Suécia era, ao contrário do que se pensava, do sexo feminino.