Um novo estudo sugere que os buracos negros podem ser como hologramas, sendo que produzem uma imagem tridimensional, embora estejam numa superfície bidimensional.
Buraco negro é uma região do espaço-tempo em que o campo gravitacional é tão intenso que nada — nenhuma partícula ou radiação eletromagnética como a luz — pode escapar dela. Um novo estudo sugere que os buracos negros podem ser como hologramas, nos quais todas as informações para produzir uma imagem tridimensional são codificadas numa superfície bidimensional.
Os investigadores chegaram a esta conclusão baseando-se no chamado princípio holográfico. Esta conjetura afirma que toda a informação contida num volume de espaço pode ser representada por uma teoria que reside na fronteira daquela região. Os resultados foram publicados, em maio, na revista científica Physical Review X.
“Este princípio revolucionário e um tanto contra-intuitivo propõe que o comportamento da gravidade numa determinada região do espaço possa ser alternativamente descrito em termos de um sistema diferente, que vive apenas ao longo da borda da região e, portanto, numa dimensão a menos”, lê-se no estudo.
“E, mais importante, nesta descrição alternativa (chamada holográfica), a gravidade não aparece explicitamente. Por outras palavras, o princípio holográfico permite-nos descrever a gravidade usando uma linguagem que não contém gravidade, evitando assim o atrito com a mecânica quântica”, explicam os cientistas, citado pelo Tech Explorist.
A equipa de investigadores aplicou o princípio holográfico aos buracos negros. Considerando que os buracos negros têm uma alta entropia, podemos descrevê-los tal como um holograma: têm duas dimensões, nas quais a gravidade desaparece. No entanto, reproduzem um objeto em três dimensões.
“Este estudo é apenas o primeiro passo para uma compreensão mais profunda destes corpos cósmicos e das propriedades que os caracterizam quando a mecânica quântica cruza com a relatividade geral”, concluem os investigadores Francesco Benini e Paolo Milan.