O administrador da agência espacial norte-americana (NASA), Jim Brindenstine, voltou a reiterar que Plutão, despromovido em 2006 a planeta anão pela União Astronómica Internacional (UAI), deve voltar a ser considerado um planeta.
“Considero Plutão como um planeta”, disse o responsável da NASA, no último dia do Congresso Internacional de Astronáutica, que decorreu no passado dia 25 de outubro em Washington, nos Estados Unidos.
“Há a opinião de que para [um objeto astronómico] obter o estatuto de planeta, deve estar na órbita do Sol”, começou por dizer, citado pela revista Forbes. “Acho que é preciso definir um planeta com base no seu valor intrínseco e não em valores que mudam constantemente como acontece com a dinâmica orbital”.
Já em agosto, Brindenstine frisou que esta é a sua opinião sobre Plutão, dando conta que não a pretende mudar. “Só para que saibam, na minha opinião, Plutão é um planeta. Podem escrever que o administrador da NASA declarou mais uma vez Plutão um planeta. Foi assim que aprendi e estou comprometido com essa ideia”, reiterou.
Plutão deixou de ser considerado planeta há 13 anos, em agosto de 2006, quando a UAI adotou uma nova definição de planeta. O planeta que agora é considerado anão não corresponde a todos os critérios que definem o que pode ser ou não planeta, uma vez que partilha a sua órbita com outros objetos no Cinturão de Kuiper.
Na altura, a UAI estabeleceu que um planeta deveria “limpar” a sua órbita: isto é, ser a maior força gravitacional na sua órbita. Isso ajudou a resolver o problema de outros objetos à volta do mesmo tamanho de Plutão, dos quais existem potencialmente centenas.
Tal como recorda o portal IFLScience, o debate reacendeu-se no ano de 2015, quando a sonda New Horizons mostrou que Plutão e os seus satélites eram muito mais complexos do que se pensava anteriormente, tendo até o líder da missão, Alan Stern, pedido que Plutão fosse reclassificado como um planeta.
No ano passado, cientistas também argumentaram que a razão pela qual Plutão perdeu o seu estatuto de planeta não é válida, pedindo exatamente o mesmo.
Até agora, a União Astronómica Internacional continua a não mostrar sinais de recuo.