Pessoas que acreditam mais facilmente em teorias da conspiração são mais propensas a praticar pequenos delitos em comparação com as pessoas que não acreditam.
As teorias da conspiração tendem a fascinar uma grande variedade de pessoas. De tão surpreendentes ou bizarras, estas teorias têm a combinação de fatores que nos deixa curiosos e intrigados. No entanto, um novo estudo revela que pode haver um lado mais sombrio nas pessoas que tendem a acreditar mais facilmente nelas.
Uma investigação realizada por psicólogos da Universidade de Northumbria sugere que as pessoas que acreditam em teorias da conspiração são mais propensas a cometer um pequeno delito. O estudo foi publicado este ano na revista científica British Journal of Social Psychology.
“As teorias da conspiração podem afetar as crenças e os comportamentos das pessoas de maneiras significativas. Por exemplo, o nosso trabalho anterior mostrou que podem influenciar decisões sobre questões importantes, como alterações climáticas e vacinação”, começou por dizer o autor principal do estudo, Daniel Jolley.
“É plausível, no entanto, que as crenças em teorias da conspiração também possam alterar as nossas perceções de normas sociais e sinalizar que comportamentos antiéticos são aceitáveis. Procuramos testar esta possibilidade”, acrescentou, citado pelo PsyPost.
Um inquérito mostrou que as pessoas que acreditavam em teorias da conspiração eram mais propensas a participar em crimes menores, como pagar em dinheiro vivo para evitar impostos.
Além disso, a investigação mostrou que acreditar neste tipo de teorias aumenta a tendência para o chamado crime do dia-a-dia, como, por exemplo, tentar reembolsos ou compensações de uma loja quando não tinham direito a tê-los.
“As teorias da conspiração podem alterar normas sociais vinculadas ao que é considerado aceitável e apropriado”, destaca Jolley, em declarações ao PsyPost.
O autor principal do estudo realça que pode haver algumas lacunas na investigação, nomeadamente no que toca à honestidade das respostas dos participantes. Além disso, o foco foi mais centrado nas intenções das pessoas do que propriamente nas ações que levaram a cabo.