O Expresso avança que as negociações entre o Governo e David Neeleman fracassaram e que a nacionalização da TAP pode ser aprovada em conselho de ministros já nesta quinta-feira.
Permanece o imbróglio em torno da situação da TAP. As negociações entre o Governo e o empresário norte-americano David Neeleman caíram por terra, avança o jornal Expresso. Neeleman não se terá mostrado flexível e rejeitou as condições apresentadas por António Costa e companhia.
O cenário de uma nacionalização sem acordo pode estar breve e ser aprovado em conselho de ministros já nesta quinta-feira. O Governo ainda aspira a um recuo de último hora, mas Neeleman não aceita a proposta para a venda da participação de 22,5% que o norte-americano detém na TAP.
Todavia, o principal ponte de discórdia, de acordo com o Expresso, diz respeito ao empréstimo obrigacionista que a companhia aérea brasileira Azul, da qual Neeleman é acionista, fez à TAP em 2016. O Estado queria que este crédito de 90 milhões de euros fosse convertido em capital, abatendo a dívida da companhia aérea portuguesa. No entanto, a Azul só admitia transformar este empréstimo em capital se tivesse uma garantia pública – algo que António Costa rejeita.
Em declarações à TSF, o presidente do PS defendeu que “o Governo não deve prolongar indefinidamente essas negociações”.
“A empresa tem de ser preservada, a nacionalização pura e simples deve ser evitada, devemos procurar reforçar a nossa posição na empresa quer no capital, quer na gestão ao lado e com o capital privado”, disse Carlos César no programa ‘Almoços Grátis’.
“Se até ao fim do dia de hoje ou da madrugada de amanhã não concluir essa negociação com os privados, eu acho que o Governo tem de tomar uma decisão”, acrescentou, admitindo uma eventual nacionalização da empresa.
Em contrapartida, o vice-presidente do PSD, David Justino prefere a falência da companhia aérea portuguesa à nacionalização. “Falida já ela está”, atirou.
António Costa parece seguro que, ainda esta quarta-feira, será encontrada uma solução para a TAP. O primeiro-ministro português esteve na cerimónia simbólica de reabertura das fronteiras entre Portugal e Espanha, em Elvas, e apontou para um possível “acordo com os sócios privados”.
“Estou certo de que, se não hoje, no limite, nos próximos dias, teremos uma solução final. Mas, se tivesse de apostar, eu diria que hoje será o dia da solução para a TAP, e espero que negociada e por acordo com os nossos sócios privados, e não propriamente com um ato de imposição do Estado”, disse o chefe do Executivo.
Face ao cenário de uma possível nacionalização da TAP, que tem sido especulado nos últimos dias, António Costa mostra-se reticente, mas não exclui essa hipótese: “Se for necessário, cá estaremos para isso. Espero que não seja necessário”.