Augusto Santos Silva afirmou que um dos grandes problemas das empresas nacionais é a “fraquíssima qualidade da sua gestão” e há estudos internacionais que lhe dão razão.
Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, criticou a qualidade dos gestores portugueses, apontando o dedo à sua “fraquíssima qualidade da sua gestão”. As críticas às suas declarações fizeram o governante pedir desculpa, mas há estudos internacionais que lhe dão razão, evidenciando falhas na formação dos cargos de topo em Portugal.
Segundo a edição do jornal Público, Portugal está no topo da lista dos países cujos gestores têm menos formação, seguido por Malta, Espanha, Itália e Grécia. No nosso país, em cada 100 empregadores, 55 não têm o ensino secundário. Além disso, 43,3% dos que trabalham por conta de outrem também não têm mais do que o 9.º ano.
O diário destaca ainda que há um outro problema que ameaça a qualidade de gestão, relacionado com as práticas de gestão “contingentes” – as decisões de estratégias, finanças e de marketing das empresas dependem mais do ambiente do que da própria empresa.
Por sua vez, este segundo problema está relacionado com um terceiro, o das diferentes teorias de gestão, uma vez que é muito difícil definir os parâmetros que diferenciam um bom de um mau gestor.
Um estudo consultado pelo matutino – sobre Management Score – coloca Portugal em 15.º lugar. Além disso, os dados mostram que mais de metade das empresas portuguesas (55%) fazem uma gestão igual às empresas piores dos Estados Unidos.
O Banco Mundial indica que é nas economias com maior “rigidez laboral” que a gestão das pessoas é pior. Exceção feita para a Alemanha, uma vez que tem uma rigidez laboral comparável a França, Portugal e Grécia e é o segundo melhor exemplo na gestão do talento.
Os investigadores salvaguardam, no entanto, que “a qualidade de gestão” de pessoas explica apenas metade da produtividade, já que depende de outros fatores como estrutura do mercado, regulação da concorrência ou leis laborais.