A aplicação de descontos nas portagens das antigas estradas SCUT (Sem Custo para o Utilizador), iniciada em julho de 2021, resultou numa perda direta de 257,2 milhões de euros em receita potencial para a Infraestruturas de Portugal (IP) até dezembro de 2024. O dado consta do relatório e contas da empresa pública, divulgado recentemente e noticiado pelo Jornal de Negócios.
No final de 2023, a IP já estimava perdas acumuladas de 107,6 milhões de euros devido ao desconto de 50% nas tarifas. Com o aumento dos descontos para 65% em 2024, a perda aumentou em quase 150 milhões de euros num único ano — um salto de quase 140%.
Desde 1º de janeiro de 2025, as portagens foram eliminadas nas sete concessões rodoviárias em causa, o que, segundo o governo, representa uma perda adicional de cerca de 180 milhões de euros por ano.
No parecer ao relatório de 2024, o Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da IP alertou para a necessidade urgente de uma solução financeira. O órgão recomenda que o Estado estabeleça um mecanismo estrutural que compense a empresa pela perda de receitas, dada “a relevância do valor”. A própria IP confirma que trabalha com o governo para criar, até ao final de 2025, um modelo de compensação permanente.