O Fórum Económico Mundial comemora este ano o seu 50º aniversário. O evento decorre sob o signo das alterações climáticas e da necessidade de transformar a economia.
Davos, na Suíça, recebe esta semana mais um Fórum Económico Mundial, com os impactos das alterações climáticas e as tensões geopolíticas em cima da mesa. Este ano, o “espírito de Davos” tem um sabor especial: comemora-se o 50.º aniversário do Fórum.
Esta segunda-feira, o Fundo Monetário Internacional foi à pequena cidade suíça apresentar as novas previsões para a economia mundial e as 16 principais economias do planeta. Segundo o Expresso, o anúncio confirmou que 2019 foi um ano em que a guerra comercial e as tensões geopolíticas prejudicaram a economia mundial, a tal ponto que o FMI teve que rever em baixa a sua estimativa, cortando o crescimento para 2,9%.
Este representa o crescimento anual mais fraco desde a grande recessão de 2009, que poderia até ser pior se Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos, não tivesse travado a escalada da guerra comercial com a China.
A economia mundial foi “salva” pela política monetária de 49 bancos centrais que avançaram com estímulos monetários, nomeadamente com 71 cortes de taxas ao longo do ano, disse Kristalina Georgieva, diretora-geral do FMI.
Por outro lado, o Fundo apontou uma aceleração da economia mundial em 2020 e 2021, ainda que muito modesta e inferior às projeções que havia feito no World Economic Outlook de outubro do ano passado. A economia vai crescer acima de 3%, mas apenas 3,3% e 3,4% nos dois anos, abaixo do que o FMI previa apenas há três meses (3,4% e 3,6%).
A geopolítica vai também estar em grande foco no Fórum Económico Mundial deste ano com o regresso de Donald Trump no dia da abertura do Fórum, esta terça-feira, e a vinda de Angela Merkel na quinta-feira.
A avaliação da economia digital também vai estar em debate na quinta-feira. O futuro da política externa dos EUA vai ser discutido por um painel com o mexicano Ángel Gurría, secretário-geral da OCDE, e o francês Bruno Le Maire, ministro da Economia e das Finanças de Emmanuel Macron e um dos defensores da taxa digital sobre as multinacionais.
No entanto, e sem surpresas, o tema forte será a emergência climática. De acordo com o semanário, um dos painéis tem mesmo o título de “Apocalipse Climático” e conta com a presença da jovem ativista Greta Thunberg . Um dos tópicos num painel que se realiza na quinta-feira vai ser a discussão de um New Deal verde planetário.
Esta terça-feira, Greta recordou aos participantes do Fórum que “praticamente ninguém fez nada” em relação ao clima, apesar da mobilização. “O clima e o ambiente são um assunto atual mas, na prática ninguém fez nada“, disse, antes do início dos trabalhos, frisando que as “emissões de carbono não diminuíram”.
O futuro do trabalho e a mobilidade social são temas que também marcam presença na quinta-feira, num quadro em que as desigualdades no rendimento e na riqueza se têm agravado e em que a digitalização tem alterado as funções e as atividades da economia.
No último dia, o Fórum encerra com uma debate sobre a situação económico mundial que junta o secretário do Tesouro norte-americano Steven Mnuchin, o ministro das Finanças alemão Olaf Scholz, a diretora-geral do FMI Kristalina Georgieva, a presidente do Banco Central Europeu Christine Lagarde e o governador do Banco do Japão Haruhiko Kuroda.