David Neeleman, acionista da TAP, quer vender a sua parte do consórcio e pode mesmo já estar fora da empresa quando o grupo apresentar os resultados de 2019, segundo noticia o Jornal de Negócios.
De acordo com o mesmo jornal, em causa está o mal-estar com o parceiro de consórcio, Humberto Pedrosa, e com o Estado, devido aos resultados negativos da TAP.
O norte-americano é parceiro de Humberto Pedrosa na Atlantic Gateway, que possui 45% da TAP. Porém, Neeleman estará já a fazer contactos com várias companhias aéreas europeias – entre elas, Lufthansa, British Airways, Air France e United – para aquisição da sua parte.
O consórcio está impedido de vender a sua parte durante cinco anos, mas a saída de Neeleman não coloca este acordo, assinado em 2016, em causa. O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, tem acompanhado os contactos com os potenciais compradores.
Caso David Neeleman não consiga vender a sua parte a uma companhia aérea, a posição pode ser adquirida por empresários portugueses da área do turismo ou o Estado e Humberto Pedrosa podem reforçar as suas posições na empresa.
Este domingo, Marques Mendes, comentador na SIC, já tinha falado de que estavam a decorrer negociações para a saída de Neeleman para a entrada de outro acionista europeu. O comentador alertou que a situação na TAP é insustentável e que há o risco de esta “bomba” poder “rebentar no bolso dos contribuintes”.
Marques Mendes lembrou os prejuízos que a companhia tem vindo a apresentar: resultados líquidos negativos de 118 milhões de euros no ano passado, até setembro vai em 111 milhões, sendo que é provável que apresente prejuízos de 140 a 150 milhões no total do ano.
O comentador alertou para as emissões de dívida realizadas pela empresa. Segundo Marques Mendes, a TAP fez “três emissões de dívida este ano (janeiro, junho e novembro) em valores acima de 700 milhões de euros. Isto é muito preocupante”, salientando o elevado custo suportado na operação destinada apenas a investidores institucionais. Pagou quase 6%.