O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, afirmou que a continuidade do crescimento económico português depende diretamente da imigração. Durante a apresentação do Boletim Económico de junho, realizada no Museu do Dinheiro, em Lisboa, Centeno sublinhou que a paralisação dos fluxos migratórios poderá comprometer seriamente o desenvolvimento do país.
“Parar o ciclo de imigração significa interromper o ciclo de crescimento económico em Portugal. Que não restem dúvidas quanto a isso”, declarou.
No que poderá ter sido a sua última apresentação à frente da instituição, dado o fim próximo do seu mandato, o governador reiterou que a economia portuguesa não avançará sem a presença e a contribuição dos imigrantes. Segundo Centeno, o crescimento recente só foi possível devido à integração bem-sucedida de trabalhadores estrangeiros no mercado de trabalho nacional.
Ele destacou ainda que os imigrantes possuem uma ampla diversidade de qualificações, o que tem permitido responder às necessidades específicas dos diversos setores económicos.
“É essencial compreender por que motivo a nossa economia cresce — e a imigração tem um papel absolutamente central nesse processo”, afirmou.
O governador concluiu reconhecendo que Portugal tem conseguido manter a atratividade para imigrantes, criando condições para sua integração no mercado laboral e, por consequência, para a sustentação do crescimento económico.