O mercado empresarial brasileiro é um dos “alvos” da nova agência de investimentos apresentado no último dia 17 de novembro em Oeiras. O Oeiras Valley Investment Agency (OVIA) destaca-se por ser uma associação sem fins lucrativos que pretende “atrair investimento e contribuir para o desenvolvimento e inovação de Oeiras, projetando as suas empresas e parceiros a nível internacional”. A apresentação desta iniciativa teve lugar num auditório localizado no Templo da Poesia, em pleno Parque dos Poetas, em Paço de Arcos.
O evento contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, do presidente do Conselho de Administração da OVIA, o embaixador António Martins da Cruz, e do Ministro da Economia e do Mar de Portugal, António Costa Silva.
Segundo fontes, o objetivo central desta nova estrutura é “apoiar financeiramente e logisticamente o estabelecimento de novas “startups” e dar apoio às que já existem e que tenham potencial de sucesso comercial e pretendem desenvolver várias atividades, dentre as quais a participação em eventos empresariais internacionais, assessoria a empresas nacionais e estrangeiras que queiram estabelecer-se ou desenvolver as suas atividades em Oeiras ou na região, a criação de delegações no estrangeiro, e a gestão e exploração de centros de incubação tecnológica”.
“Inovação na Educação, Empreendedorismo, Desporto e Tecnologia, bem como o desenvolvimento do Cluster Aeroespacial e Defesa e da Economia Azul são como eixos que se ajustam perfeitamente nos seus princípios”, disseram os responsáveis pela OVIA, entidade que conta com “uma lista de associados fundadores composta por 19 entidades, incluindo o Millennium BCP, a Altice, o Taguspark e o Laboratório Edol, entre outros”.
“No fundo, esta associação quer ser a expressão da diplomacia económica municipal em Oeiras”, afirmou António Martins da Cruz, antigo embaixador, ex-ministro e presidente do conselho de administração desta Associação, que revelou que está programada uma viagem à cidade de San Jose, nos Estados Unidos, e à Silicon Valley, nesse mesmo país, para “sensibilizar empresas da área tecnológica que exercem lá a sua atividade” a investirem em Oeiras caso queiram vir para a União Europeia. Está no roteiro de viagens também, segundo apurámos, o Brasil, além da Índia e das nações do continente africano, entre outros.
Este responsável garantiu ainda que a OVIA não é uma “entidade financiadora”.
Isaltino Morais realçou a capacidade já existente de “geração de riqueza” no concelho, mas sublinhou que a autarquia quer “atrair mais investimento” e “afirmar a marca Oeiras Valley no mercado internacional”.
Note-se que para se tornar sócio da OVIA, é necessário serem pessoas singulares (físicas) ou coletivas (jurídicas), tais como empresas, fundações, outras organizações não governamentais, com as categorias de associados temporários ou efetivos.
“Porta aberta” para o Brasil
A nossa reportagem conversou com Ana Sofia Pinto, sócia da Sociedade de Advogados Pinto Machado, com sede no Brasil e em Portugal, que participou no evento, e disse ter sido “interessante conhecer esta plataforma de investimentos”.
“Estamos associados à OVIA e temos todo o interesse em apresentar e proporcionar essas oportunidades de investimentos aos nossos clientes nos dois países”, mencionou Ana Sofia Pinto.
Por sua vez, Adriano Machado, também sócio da Sociedade de Advogados Pinto Machado, que se deslocou do Rio de Janeiro para presenciar o anúncio oficial desta nova agência em Oeiras, acredita que “a OVIA é um marco muito importante não só para o nosso escritório, mas também para o empresariado brasileiro”.
“Creio que a OVIA irá tornar-se numa grande porta de entrada para os empresários brasileiros que desejam empreender em Portugal”, frisou Adriano Machado.
Ígor Lopes