O fabricante de aeronaves Boeing anunciou esta segunda-feira que vai suspender a produção do avião 737 MAX, retirados de circulação há nove meses após dois acidentes que fizeram 346 mortos.
A partir de janeiro, a Boeing vai suspender a produção do 737 Max, o modelo que esteve envolvido os dois acidentes aéreos nos últimos meses.
Os 737 Max não levantam voo desde março depois do acidente registado com a operadora Ethiopian Airlines, que causou a morte de 157 pessoas. Cinco meses antes, um voo do mesmo modelo, operado pela Lion Air, também se tinha despenhado na Indonésia com 189 pessoas a bordo.
Em comunicado, a empresa adianta que avaliou “continuamente” os seus planos de produção em caso de imobilização prolongada do 737 MAX. “Como resultado desta avaliação em curso, decidimos dar prioridade à entrega dos aviões armazenados e suspender temporariamente a produção do programa 737 a partir do próximo mês.”
A Boeing adianta que nesta fase não se prevê extinção de postos de trabalho. Esta é a primeira vez em 20 anos que a construtora de aviões norte-americana vai suspender a produção do seu avião mais vendido.
De acordo com a empresa, citada pelo Público, o stock de 737 Max que possui atualmente, cerca de 400 aviões, chegará para todo o ano de 2020.
Em outubro, o presidente executivo da Boeing, Dennis Muilenburg, admitiu que a empresa cometeu “erros” nos acidentes mortais com aviões do modelo 737 Max 8 na Indonésia e na Etiópia, ao falar perante o Senado norte-americano.
“Sabemos que cometemos erros e que estávamos errados. Somos culpados disso”, afirmou na ocasião Dennis Muilenburg, citado pela agência EFE, perante o Comité do Comércio do Senado norte-americano.
Foi a primeira vez que a Boeing reconheceu no Congresso norte-americano ter cometido erros que estiveram na origem dos acidentes que resultaram na morte de centenas de pessoas e que custaram milhares de milhões de dólares à empresa com sede em Chicago.