Mário Cruz / Lusa
Entre 2007 e o primeiro semestre de 2019, os bancos cobraram um total de 40,3 mil milhões de euros em comissões, escreve o Jornal de Notícias, dando conta que este valor representa 50% do empréstimo da troika ao país.
Em média, os bancos cobraram 8,8 milhões de euros por dia, frisa o diário, que avança os números esta segunda-feira, citando dados do Banco de Portugal.
Questionada pelo matutino sobre os valores, a Associação Portuguesa de Bancos (APB) afirma que estes se justificam pelo baixo custo do dinheiro (as taxas de juro são mesmo negativas neste momento), o que pressiona a chamada margem financeira — a diferença entre o que o banco paga em juros e o que ganha em juros com os clientes.
Tendo em conta que a margem financeira – que ainda representa três vezes mais dinheiro do que as comissões – caiu 23% entre 2007 e 2018 que o total das receitas dos bancos caiu de 13,8 mil milhões para 9,3 mil milhões de euros no mesmo período, “é inevitável que os bancos tenham de recorrer a fontes complementares de receita”.
“No atual contexto de taxas de juro negativas, em que a margem financeira se encontra muito pressionada, é inevitável que os bancos tenham que recorrer a fontes complementares de receita, como as comissões, absolutamente legítimas na atividade bancária, uma atividade económica e concorrencial como as outras e não um serviço público”, refere a Associação Portuguesa de Bancos (APB), em declarações ao matutino.
Por outro lado, valor médio das comissões, caiu 8%.
O balanço do JN, recorda o jornal Observador, surge depois de o Governo ter proposto uma avaliação das comissões que os bancos cobram aos clientes.