A Câmara Municipal de Lisboa aprovou esta manhã o aumento da taxa turística para quatro euros por noite, dobrando assim o valor anterior. Esta decisão, que ainda precisa de passar pela Assembleia Municipal, foi tomada em uma reunião privada do executivo camarário. A medida foi aprovada com os votos favoráveis do PSD/CDS-PP e a oposição do PCP.
O aumento da taxa turística, que será implementado a partir de 1 de setembro, foi defendido por Carlos Moedas, atual presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Moedas tem promovido esta mudança há vários meses, justificando-a como necessária para melhorar a qualidade de vida na cidade. O presidente argumenta que as receitas adicionais, estimadas em cerca de 40 milhões de euros acumulados anteriormente, serão direcionadas para investimentos em áreas como higiene urbana, manutenção do espaço público e mobilidade, beneficiando assim tanto os residentes quanto os visitantes.
No entanto, a medida surge em contraste com promessas feitas por Moedas durante a sua campanha eleitoral em 2021. Na altura, antes de ser eleito presidente da câmara, Carlos Moedas afirmou em entrevista à TVI que considerava a possibilidade de reduzir a taxa turística de dois euros para melhorar a competitividade de Lisboa no setor do turismo, que enfrentava dificuldades devido à pandemia. Moedas então argumentava que a redução da taxa ajudaria a enfrentar a crise e promoveria o turismo, além de sugerir que a receita da taxa deveria ser aplicada em áreas como limpeza e segurança.
A proposta de aumento da taxa, que já era esperada, gerou críticas entre alguns sectores da oposição e do público. Os socialistas alertaram que a taxa não deve ser utilizada para “remendar as contas da autarquia” sem um plano claro sobre o uso dos fundos. Enquanto isso, a decisão do aumento é vista por Moedas e pela coligação governante como uma forma de garantir que os turistas contribuam para a manutenção e melhoria das infraestruturas da cidade.
A mudança de posição de Moedas reflete uma adaptação à nova realidade econômica e à necessidade de financiar investimentos cruciais, evidenciando uma dicotomia entre promessas eleitorais e políticas implementadas em função das circunstâncias atuais.