António Cotrim / Lusa
O presidente executivo da TAP, Antonoaldo Neves, intervem durante a apresentação dos resultados da empresa no ano de 2019, em Lisboa, 20 de fevereiro de 2020.ANTÓNIO COTRIM/LUSA
Quando foi anunciado o acordo de saída de David Neeleman da TAP, o Governo anunciou também que Antonoaldo Neves, CEO da companhia, seria substituído. No entanto, ainda não se chegou um acordo para a saída.
O semanário Expresso relata este sábado que o Governo ainda não conseguiu fechar um acordo com o gestor brasileiro Antonoaldo Neves, CEO da TAP, para a sua saída da companhia aérea de bandeira portuguesa.
A TAP e o Estado chegaram a acordo no início de julho, ficando definido que o Estado aumentaria a sua quota na empresa e que o acionista privado David Neeleman deixaria a empresa, bem como a saída de Antonoaldo Neves, que tinha sido nomeado por Neeleman.
O Governo até já encontrou uma solução interina para a presidência executiva da TAP, tendo a escolha recaído sobre Ramiro Sequeira, Chief Operating Officer da companhia aérea. O Estado chegou a abordar David Pedrosa, administrador da empresa e filho do acionista Humberto Pedrosa, mas o gestor recusou.
No entanto, o impasse continua sobre a saída de Antonoaldo Neves continua. O CEO destituído, que não foi avisado previamente sobre a sua saída, exige mais dinheiro do que o Governo lhe quer pagar.
No entanto, o Governo quer travar essa exigência. “Nem mais um cêntimo”, disse uma fonte governamental, em declarações ao Expresso.
Em último caso, se Antonoaldo Neves não assinar o acordo de rescisão, será convocada uma assembleia-geral extraordinária para legitimar formalmente a sua destituição.
Depois de várias rondas negociais, TAP e Estado chegaram a acordo e teve o caminho livre para a compra das participações sociais, direitos económicos e prestações acessórias de David Neeleman e da Azul, pagando 55 milhões de euros. Humberto Pedrosa mantém-se na companhia, com 22,5%. O negócio concretiza a posição de 72,5% do Estado na TAP.
A Comissão Europeia aprovou em 10 de junho um “auxílio de emergência português” à TAP, um apoio estatal de até 1.200 milhões de euros para responder às “necessidades imediatas de liquidez” com condições predeterminadas para o seu reembolso.
O primeiro cheque do Estado à TAP chegou num valor de 250 milhões, montante que servirá fazer face ao pagamento de salários a trabalhadores e a compromissos com fornecedores.