Patrick Seeger / EPA
Ursula Von der Leyen, a presidente da Comissão Europeia
Um novo fundo de 100 mil milhões destinado a neutralizar as emissões de dióxido de carbono na Europa até 2050 está em disputa por vários países.
A Comissão Europeia quer implementar um fundo de 100 mil milhões de euros para ajudar a atingir o seu objetivo de descarbonização da União Europeia até ao ano de 2050. Ao todo, a UE espera mobilizar 1 bilião de euros ao longo da próxima década, noticia o Politico.
A elevada quantia dos fundos leva a que vários países tenham já mostrado interesse em conseguir uma fatia.
Todavia, o acesso aos fundos europeus será “com base na escala do desafio da descarbonização das regiões com maior consumo de carbono“. Desta forma, o dinheiro será primariamente alocado para regiões altamente industrializadas e que dependem fortemente de combustíveis fósseis.
A Comissão quer que as nações europeias forneçam 7,5 mil milhões de euros para financiar este novo fundo. Contudo, para receber uma fatia do fundo, os países seriam obrigados a equiparar cada euro com 1,50/3 euros das suas alocações de fundos de coesão. Além disso, teriam de fornecer dinheiro dos seus orçamentos nacionais, o que não agrada alguns países da Europa Central, explica o Politico.
“Não é aceitável que no próximo orçamento da União Europeia retiremos dinheiro dos fundos de coesão e os transfiramos para objetivos de proteção climática”, disse o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.
A Hungria, assim como muitos países da Europa Central, dependem em grande parte dos fundos de coesão. Por isso, pressionam para que o mecanismo seja utilizado com dinheiro novo e não dinheiro “reciclado” de fundos já existentes. Por outro lado, os países mais ricos não parecem interessados em contribuir com ainda mais dinheiro para a União Europeia.
Alguns países mais dependentes do carvão temem ainda que como o fundo será dividido entre 27 países, que não haja dinheiro suficiente para atingir os objetivos traçados. A Polónia é um dos países em que é mais urgente uma mudança, já que o carvão representa 80% da energia utilizada no país.
“A Polónia deve seguir um caminho mais longo para neutralizar as emissões de dióxido de carbono em comparação com muitos outros países da UE”, realçou o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki.